26 de fevereiro de 2011

Brasil é o 6º no ranking de homicídio de jovens‏

Brasil é o sexto país no ranking de homicídios entre jovens. De acordo com o
estudo Mapa da Violência 2011, divulgado nesta quinta-feira pelo Ministério
da Justiça, a taxa de homicídio entre jovens de 15 a 24 anos subiu de 30
mortes por 100 mil habitantes, em 1998, para 52,9, em 2008. Nesse período, o
número total de homicídios registrados no país cresceu 17,8%, ao passar de
41,9 mil para 50,1 mil.

De acordo com o autor da pesquisa, Julio Jacobo, os homicídios são
responsáveis por 39,7% das mortes de jovens no Brasil. O estudo aponta que
as taxas mais elevadas, acima de 60 homicídios em cada grupo de 100 mil
jovens, estão na faixa dos 19 aos 23 anos de idade.

– O jovem morre de forma diferente na atualidade. A partir da década de
1980, houve um novo padrão de mortalidade juvenil –, destacou o pesquisador.

Em alguns Estados, a morte de mais da metade de jovens foi provocada por
homicídios. Alagoas é o Estado que tem a taxa de homicídio juvenil mais alta
do país (60,3), seguido pelo Espírito Santo (56,4), por Pernambuco (50,7),
pelo Pará (39,2) e Amapá (34,4).

Segundo Jacobo, os índices de homicídio nas capitais e regiões
metropolitanas tiveram uma queda de 3,1% entre 1998 e 2008. No entanto,
houve um crescimento considerável das taxas no interior do país.

– Chamamos isso de interiorização da violência. A partir de 2003, ocorreu
uma queda das taxas de homicídios nas capitais, no entanto, as taxas de
homicídio no interior estão crescendo assustadoramente.

Para o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, esse quadro de violência
entre jovens no país exige das autoridades públicas uma profunda reflexão.

– Isso coloca sobre os nossos ombros desafios, aos quais temos que responder
com integração e superação de obstáculos, para que possamos ter uma política
nacional de combate à violência que surta efeitos.

Cardozo anunciou que vai desenvolver um sistema de informação que mostre o
mapa da violência em tempo real.

– Apesar de todo esforço dos pesquisadores, as bases de dados disponíveis
são de 2008. Temos uma defasagem de três anos. Não temos uma situação
atualizada em tempo real do crime. É impossível ter uma ação de segurança
pública sem informação.

Segundo ele, a política de repasse de verbas aos estados será condicionada a
esse sistema.

– A ideia é que isso seja transparente, ou seja, que a sociedade possa
acompanhar em tempo real onde acontecem os crimes.

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